Friday, April 27, 2012

Se não Entenderes Eu Conto de Novo Pá


A editora Tinta da China decidiu estrear-se por terras cariocas com uma abertura em grande!


Ricardo Araújo Pereira, que dispensa apresentações, veio ao Rio lançar um livro com alguns dos textos que normalmente escreve para a revista Visão: Se não Entenderes Eu Conto de Novo Pá. Já conhecia a maioria dos textos através da Visão Online, mas estes foram especialmente seleccionados para o público brasileiro. E porquê? porque eles não têm de gramar com as nossas politiquices, e não vale a pena enfadá-los com situações da vida dos nossos pseudo-famosos - perfeitos desconhecidos para os 190 milhões de brasileiros (give or take).
A grande maioria dos brasileiros não sabem quem é o RAP, nem os Gato Fedorento (apesar de acharem o nome divinal). A maneira como nós falamos é uma barreira muito grande na comunicação, e eles perdem logo a atenção. Acho mesmo importante que as editoras procurem introduzir os autores portugueses, uma vez que na escrita essa barreira linguística é quase nula (nem vamos falar no acordo ortográfico). Para além de, apesar de o número de leitores não ser percentualmente tão alto, estamos a falar de um público infinitamente maior que o português em termos de população consumidora.


Foi na Livraria Travessa no Shopping Leblon... que tem uma grande variedade de livros, num espaço amplo e extremamente agradável. Parece mesmo aquela biblioteca cosie que temos lá em casa... só é pena ficar no meio de um shopping (mas há outras espalhadas pela cidade), apesar disso, eu perco-me no meio dos livros e acabo por me extraviar da percepção temporal.
Obviamente que a quantidade de portugueses que deambulavam pela livraria nessa tarde foi bem mais elevada que o normal. A sala onde foi feita a apresentação do livro encheu, e estavam mais pessoas de pé do que sentadas. Fiquei até positivamente surpreendida por ver que havia tantos portugueses quanto brasileiros na audiência. A apresentação foi feita por Arnaldo Bloch, e não me vou pôr a divagar por todas as referencias literárias, as dissertações sobre Wittgenstein, rinocerontes, gatos e baratas... Foi muito divertido assistir a uma animada discussão onde se falou de tudo um pouco, mas aquilo que ficou assim meio no ar durante uns bons minutos foi quando, após a leitura de alguns textos (perfeitamente hilariantes) Arnaldo Bloch decidiu mencionar que "o Ricardo é o Cristiano Ronaldo da comédia" - poker face! - acho que o tempo de recuperação para esta fantástica afirmação foi mais longo para o Ricardo do que para o resto da audiência.
Posso dizer que correu tão bem, que fiquei mesmo orgulhosa por ver que o livro vai ter sucesso aqui! Os meus colegas cariocas também já mostraram algum interesse (mais por causa da entrevista no Jô, mas enfim, uma coisa leva à outra e pode ser que comprem o livro), e espero que venham muitos mais eventos como este!

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