Sunday, April 22, 2012

Carnaval II

Continuando a saga carnavalesca, e para os posts não se tornarem demasiado grandes, vai mais uma descrição dos dias seguintes...
Ora, os blocos são às centenas, e todos os dias existem mais de 20 blocos espalhados pela cidade. Tivemos de fazer uma selecção dos que queríamos ver, e depois foi só seguir o aplicativo do iphone com os horários dos blocos, descrição, mapa....the real deal! A lista saiu assim com umas semanas de antecedência, não queremos que ninguém seja apanhado desprevenido!

Fomos assistir a um, cujo nome agora não me assiste, mas que começava bem cedo, no Aterro do Flamengo. O calor era insuportável (em Fevereiro estamos no pico do verão) e como podem imaginar, aquilo estava cheio de gente animada para a festa, e a maioria já estava com o depósito atestado, no que diz respeito a cerveja, obviamente... e relembro que ainda eram onze da manhã! O dia ainda estava para começar!! (Escusado será dizer, que, com aquelas temperaturas o álcool bate um pouco mais que o normal).
Enfim, foi uma animação! Tocaram assim um ska meio samba, que deu para dançar muito!
Nós as três, eu a Marga e a Carol (amiga da Marga que vive em SP, mas veio passar o carnaval connosco) fomos vestidas de havaianas: uma ligeira adaptação à fantasia de índias, a mesma saia, biquínis, umas flores et voilá! Fomos muito animadas pela rua fora, onde nos cantaram uma animada música "ha-vai-â-ná! qui sobe qui sobe qui sobe!..." Foi o nosso theme song do dia, juntamente com o "eu quero chu! eu quero cha! eu quero chu-cha-cha-chu-chu-cha!"...
Não quero que me julguem pela futilidade de andar na rambóia durante dias a fio, a saltar de bloco em bloco, a cantar músicas de qualidade duvidosa, e dançar pelas ruas de braços no ar... O Carnaval de Rua do Rio de Janeiro é uma experiência sócio-antropológica sem igual, que não se consegue descrever por palavras, nem por vídeos, nem por nada: tem que ser vivida in loco.

Anyway... Nessa tarde fomos para Ipanema, assistir ao Simpatia é Quase Amor, que foi muuuuuito bom! À beira mar, na orla, o grupo finalmente todo junto, a cantar, dançar, e depois fomos dar um mergulho no mar! Perfeito!
À noite não há blocos, mas há animação nas ruas! Fomos para a Rua Vinicius de Morais onde nos encontrámos com outro grupo de portugueses, e depois fechámos a loja, porque no dia seguinte tínhamos um bloco que prometia ser bom.
Havaianas: Carol, Marga, eu
Na segunda-feira fizemos um café da manhã especial. Mandámos vir pão, queijo, fiambre, ovos, etc, e comemos que nem uns lordes. O Pedro juntou-se a nós, e juntamente com o Gether, a Carol e a Marga, fazíamos uma tribo índia já com alguma categoria (o JP tinha ido para SP tirar um curso).
A Tribo dos índios Tuga-uhga: eu, Gether, Pedro e Carol (a Marga estava a tirar a foto, ehehe)

Fomos assistir a um bloco que toca músicas dos Beatles em samba, são os Sargento Pimenta, no Aterro do Flamengo. Como já  lá tínhamos estado no dia anterior, já sabíamos o que é que nos esperava, então chegámos mais cedo para procurar uma sombra e um sítio porreiro para ficar. Entretanto o grupo separou-se, e acho que só nós é que gostámos do bloco! Ficámos à sombra de umas árvores, com o ónibus onde a banda se encontrava virada precisamente para nós. A bateria, que estava na frente do ónibus, estava meio descoordenada e eles tiveram alguns problemas técnicos que atrasaram bastante o início da festa, e qual foi a solução que eles se lembraram que pudesse melhorar a comunicação musical entre a banda e a bateria? Meter a bateria à frente da banda! Perfeito!! Ficámos ao pé da bateria, de frente para a banda, à sombra, e com cerveja geladinha! Foi muito bom!

Nessa tarde, atravessámos o centro da cidade para ir à Praça XV onde nos encontrámos com um amigo do Pedro, o Lucas, que estava num grupo que leva o carnaval mesmo a sério, e todos os dias têm fantasias diferentes e bem elaboradas! Nesse dia estavam vestidos com camisa branca, gravata, colete estilo italiano, cachimbo na boca, cartolas na cabeça, e umas lustrosas boxers. 12 mamarrachos de cartola fazem um grupo engraçado!

Acabámos a noite nas Escadas da Lapa, um ambiente mais particular, onde parece que todos nos conhecemos só por estar ali a ouvir meia dúzia de gatos pingados a fazer barulhos com o que têm mais à mão de forma a gerar música crua (mesmo crua, como se ainda não tivesse sido cozinhada)

Foi um dia enorme.


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